Adoro ver-te assim
 
Adoro ver-te assim sereno e lasso,
desnudo em meus lençóis em desalinho,
e eu – rosa perfumada e sem espinho –
entregue, sem pudor, ao teu abraço.
 
Pareces, de meu corpo, algum pedaço,
ó, pássaro cativo de meu ninho,
entregue aos meus enleios, meu carinho,
feliz, estremecendo em meu regaço.
 
Mas eu adoro mesmo é ver-te assim
perdido de paixão, meu querubim,
gemendo de prazer e de desejo.
 
A vida vale mais em tal momento
em que a razão se cala e o sentimento
supera os tolos medos, todo o pejo.
 
Brasília, 18 de Janeiro de 2014.

Livro REALEJO, pg. 47

 
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 18/01/2014
Reeditado em 25/07/2020
Código do texto: T4655008
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