SOLITÁRIO

No cemitério a carne se escondia

Minha, já decomposta em pele morta,

Logo de manhãzinha ao vir o dia,

Meu corpo foi parar naquela porta!

O sangue estava negro, e assim fazia

Parte do espírito que o mal comporta...

Era um antro de mais carniçaria

Que reportava a minha vida torta!

A miséria nos olhos vi, desgraça

Que já nada por mim vazio zele,

Apenas maus e rudes meus destroços!

E no cheiro terrível da carcaça

Minha, já rebentava a velha pele

E restavam os podres já meus ossos!

Ângelo Augusto

Ângelo Augusto
Enviado por Ângelo Augusto em 18/01/2014
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