SOLITÁRIO
No cemitério a carne se escondia
Minha, já decomposta em pele morta,
Logo de manhãzinha ao vir o dia,
Meu corpo foi parar naquela porta!
O sangue estava negro, e assim fazia
Parte do espírito que o mal comporta...
Era um antro de mais carniçaria
Que reportava a minha vida torta!
A miséria nos olhos vi, desgraça
Que já nada por mim vazio zele,
Apenas maus e rudes meus destroços!
E no cheiro terrível da carcaça
Minha, já rebentava a velha pele
E restavam os podres já meus ossos!
Ângelo Augusto