Eu escrevo este soneto de desencanto
para as pessoas que esperam ansiosas
ver a mágua diluída deste meu pranto
na edição matinal das primeiras rosas.
 
Em cada broto do tronco explodido,
uma gota de puro orvalho declamará
o poema de amor não correspondido,
que só a quem for dirigido entenderá.
 
Pois as letras com que ele foi escrito,
são lágrimas que eu verto nesta dor
de saber que nada mais pode ser dito,
 
Para salvar este coração condenado,
Cujo crime foi apenas dar o seu amor
Para quem não merecia ser amado.