O POETA E O LEITOR
Dou-te estes versos como quem dá alento,
Como quem doa ao outro o próprio sangue.
Dou-te estes versos que são sentimentos:
Remédio para a alma triste, exangue.
Não falo mais de mim se te conforto,
Transfundo em ti palavras que não dizes.
Se há talvez em ti amores mortos
Talvez encontres cá suas raízes...
Se levo-te a um doce paraíso,
Estritamente eu cumpro o meu dever.
Não penses que é de mim coisas que eu digo:
São teus os sentimentos destes versos...
Nas coisas que eu digo ao teu juízo
Tu crias o teu próprio universo.