Nosso teatro.

Ana Maria Gazzaneo

Amigo aqui eu venho num anseio

Deixar-te uma proposta de um dueto

Juntinhos capricharmos num soneto

Estilo que é nato do teu veio.

Eu sou só aprendiz, mas quebro a cara

É tara que me enleva em arrepio

Se queres, anda logo e me ampara

O verso inconsequente, em desvario.

Vem cá e bota freio no meu cio

Me doma dessa faina em doce laço

Me faz ser uma dama no seu braço

Orgasmo que eu adie, jorre em rio

Perfeitamente em ato bem sintético

Nas raias do versar, soneto eclético.

JRPalácio

Em tua explosão divina, ó magesta

Percebo a festa e a vontade de poder

Fazer no tom o que o amor atesta,

As tuas frestas e vielas: meu querer.

Poder ousar no verso, vi que basta,

És canastra, eu perdi, paguei pra ver;

Eu quis ter o que reflete tua casta

Mas no teu brilho vi meu sol escurecer.

Nas ânsias mais audazes me perdi,

Me conduzi na contra mão da trilha...

Não vi tua ilha, meu barco naufragou

Num mar fantasioso e imaginário.

Escancara o pano do teu cenário

Que, pro meu ato transloucado, se fechou.

JRPalácio

JRPalacio
Enviado por JRPalacio em 14/01/2014
Reeditado em 15/01/2014
Código do texto: T4649685
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