Nosso teatro.
Ana Maria Gazzaneo
Amigo aqui eu venho num anseio
Deixar-te uma proposta de um dueto
Juntinhos capricharmos num soneto
Estilo que é nato do teu veio.
Eu sou só aprendiz, mas quebro a cara
É tara que me enleva em arrepio
Se queres, anda logo e me ampara
O verso inconsequente, em desvario.
Vem cá e bota freio no meu cio
Me doma dessa faina em doce laço
Me faz ser uma dama no seu braço
Orgasmo que eu adie, jorre em rio
Perfeitamente em ato bem sintético
Nas raias do versar, soneto eclético.
JRPalácio
Em tua explosão divina, ó magesta
Percebo a festa e a vontade de poder
Fazer no tom o que o amor atesta,
As tuas frestas e vielas: meu querer.
Poder ousar no verso, vi que basta,
És canastra, eu perdi, paguei pra ver;
Eu quis ter o que reflete tua casta
Mas no teu brilho vi meu sol escurecer.
Nas ânsias mais audazes me perdi,
Me conduzi na contra mão da trilha...
Não vi tua ilha, meu barco naufragou
Num mar fantasioso e imaginário.
Escancara o pano do teu cenário
Que, pro meu ato transloucado, se fechou.
JRPalácio