SONETO DO DESEJO ETERNO..
Desvirgina manso o cálice do poema,
lábios revestidos de um acre tempero,
no grafema mora a alma da gema,
sórdido esconderijo,desmedido exagero.
A poesia passeia na sua pele bronseada,
na janela do seu alvo sorrriso,nasce a lua,
oh desabrochar de lírios nesta enseada,
quero despir-me,quero ser só sua.
Mas de quê de fato, veste o poeta,
na sua armadura,de sussurro, de grito,
se não da paz sobrepondo o agito.
Passa carregando lucidez concreta,
no peito um coração altivo.agiganta,
traga nos lábios, a voz que me acalanta.