A rosa, entre um crisântemo e um lírio,
ainda espera o ser levada a sério :
é história de histeria e de mistério
o enredo que culmina em seu martírio.

A lápide suspeita desse empíreo
de fragrância migrando sem critério :
o mármore com data ao cemitério
traduz o trio florido por delírio.

E a espera finda, e finda nesse cheiro
das coisas que não têm (não mais) a voz
chegando e já partindo o fevereiro.

Verdade alguma dura tanto em nós :
a perda é parte, nunca por inteiro
no quanto fere e em tudo a vir, no após...




 
Israel Rozário
Enviado por Israel Rozário em 13/01/2014
Reeditado em 29/01/2014
Código do texto: T4648463
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