POR VEZES FUI UM NABO

Não preciso de nada de ninguém,

Pois já ninguém de mim jamais precisa,

Já precisado estou de amor que pisa,

Pisado fui outrora por alguém.

E do mal que me vem somente além

Já somente do além o mal me visa,

Duma mente demais assim concisa,

Estou mentalizado, enfim, desdém...

Pode tudo acabar assim de resto

Que restado de mim em tudo acabo,

Mesmo pagando o preço tão honesto.

E assim das esperanças levo a cabo,

Que esperançado tenho só meu gesto,

Pois na vida por vezes fui um nabo!

Ângelo Augusto

Ângelo Augusto
Enviado por Ângelo Augusto em 12/01/2014
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