POR VEZES FUI UM NABO
Não preciso de nada de ninguém,
Pois já ninguém de mim jamais precisa,
Já precisado estou de amor que pisa,
Pisado fui outrora por alguém.
E do mal que me vem somente além
Já somente do além o mal me visa,
Duma mente demais assim concisa,
Estou mentalizado, enfim, desdém...
Pode tudo acabar assim de resto
Que restado de mim em tudo acabo,
Mesmo pagando o preço tão honesto.
E assim das esperanças levo a cabo,
Que esperançado tenho só meu gesto,
Pois na vida por vezes fui um nabo!
Ângelo Augusto