Ao sabor do vento
Queria ser um vento a perpassar;
Silenciosamente ir e vir.
Tocar seu corpo sem você notar;
Beijar seus lábios sem você sentir.
Um vento solto pra desalinhar
Os seus cabelos. Pra se divertir,
E sua saia inteira levantar,
Fazer você – confusa - se exibir.
Um ventinho safado e sem-vergonha;
Que bisbilhota, afaga e acaricia,
Deixando-lhe surpresa, mas risonha...
Um vento que lhe aguça e lhe arrepia;
Penetra. Que se enrosca e que se enfronha,
Na sua mais remota fantasia.