Ao sabor do vento

Queria ser um vento a perpassar;

Silenciosamente ir e vir.

Tocar seu corpo sem você notar;

Beijar seus lábios sem você sentir.

Um vento solto pra desalinhar

Os seus cabelos. Pra se divertir,

E sua saia inteira levantar,

Fazer você – confusa - se exibir.

Um ventinho safado e sem-vergonha;

Que bisbilhota, afaga e acaricia,

Deixando-lhe surpresa, mas risonha...

Um vento que lhe aguça e lhe arrepia;

Penetra. Que se enrosca e que se enfronha,

Na sua mais remota fantasia.

Hélio Cabral Filho
Enviado por Hélio Cabral Filho em 11/01/2014
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