Soneto_número_2: Luto
Saudade doída, contorcida
da perda de um ente querido cujo corpo se conspurcou
vulto presente, amor extirpado de uma vida que nos abandonou.
Ferida da alma
que nunca acalma
sua refratária expiação.
Dor verdadeira
sem doença, ferimento ou lesão
que impõe a maneira
de viver uma atordoante solidão.
Sensação cujo tempo
é um poderoso unguento
que traz emancipação,
transmutando a combalida saudade no alento da resignação.