Inebriado
Não! Não quero mais amar de novo,
Pois ainda existe antiga dor no peito,
E, enquanto ela existir, não terei jeito
De ter outro amor; e eu não a desovo.
E, se caso vier outro, eu não o aceito,
Porque o velho amor, não o reprovo;
Um bom vício, do tanto que o provo,
Que deixa meu coração tão estreito.
Sentir-se especial é para uns poucos,
Quando o amor habita nosso mundo,
Passamos a se sentir como os loucos.
De vez em quando, bem lá no fundo,
Ouço flechas, faço ouvidos moucos,
É assim que fujo do menino rotundo.