Inebriado

Não! Não quero mais amar de novo,

Pois ainda existe antiga dor no peito,

E, enquanto ela existir, não terei jeito

De ter outro amor; e eu não a desovo.

E, se caso vier outro, eu não o aceito,

Porque o velho amor, não o reprovo;

Um bom vício, do tanto que o provo,

Que deixa meu coração tão estreito.

Sentir-se especial é para uns poucos,

Quando o amor habita nosso mundo,

Passamos a se sentir como os loucos.

De vez em quando, bem lá no fundo,

Ouço flechas, faço ouvidos moucos,

É assim que fujo do menino rotundo.

Le Roy
Enviado por Le Roy em 08/01/2014
Código do texto: T4641713
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