É VERÃO...
E o verão chegou, abrasador.
Com tudo. Queimando ríspido
folhas e flores, tudo, tanto calor.
Foi-se o tempo de sabor insípido...
As avezinhas nos ninhos pendentes,
entre fendas de telhados e calhas,
construídos por pássaros imprudentes,
morreram todas, esturricadas...
Cai a tarde dolente e morna
morna não, fumegante de calores,
que em fogo a alma torna.
Deixou saudade a primavera,
tão cheia de cor e de sabores
que ontem se foi, tal quimera...