A HERANÇA
Um homem de que tanta gente o amava,
Mesmo pelo dinheiro da cobiça,
Lá celebraram tão honrosa missa,
Em gente mansa que se fez de brava...
Logo mais a ganância mais travava
O verdadeiro amor, que não atiça
Um tão reles pecado em vã chouriça,
Que dos males se fez a festa em fava!
Tudo era pura fita nos olhares,
Só queriam fortuna que ficou,
Pois fingiam os falsos seus pesares...
Porém o morto em vida lhes lembrou,
Que para males deles mais azares,
No testamento a todos deserdou...
Ângelo Augusto