A HERANÇA

Um homem de que tanta gente o amava,

Mesmo pelo dinheiro da cobiça,

Lá celebraram tão honrosa missa,

Em gente mansa que se fez de brava...

Logo mais a ganância mais travava

O verdadeiro amor, que não atiça

Um tão reles pecado em vã chouriça,

Que dos males se fez a festa em fava!

Tudo era pura fita nos olhares,

Só queriam fortuna que ficou,

Pois fingiam os falsos seus pesares...

Porém o morto em vida lhes lembrou,

Que para males deles mais azares,

No testamento a todos deserdou...

Ângelo Augusto

Ângelo Augusto
Enviado por Ângelo Augusto em 08/01/2014
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