A CHUVA NA JANELA

A tarde é comprida, sombria e morna. É verão.

A chuva, miúda e intermitente, que bate na janela,

antes de ser incômoda, aviva o fogo da paixão.

Aos amantes não importa se é uma procela,

ou é uma chuva rápida, própria da estação.

De fora, o cinza da tarde, se pintado em tela,

até pode arrefecer qualquer sentimento ou ação.

Mas dentro, na penumbra, a paisagem é bela.

E assim, muito intenso o amor se fez,

jorrando das cataratas da perene paixão,

como há muito se repete, com toda a fluidez,

no mesmo ritmo sincopado de cada coração,

que no momento, em uníssono, outra vez,

acertaram o compasso com o mesmo diapasão!

Marcos Costa Filho
Enviado por Marcos Costa Filho em 25/04/2007
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