TEMPO DE SORTILÉGIO * Horas loucas
Aqui, neste sossego solitário,
ouço o bater monótono das horas.
São contas que desfio dum rosário,
nas noites em que tu mais te demoras.
Lá fora, o frio gela o teu caminho.
E sinto como apressas os teus passos,
correndo quase, em busca deste ninho
que encontras na fogueira dos meus braços.
Chegas arfante sempre da corrida,
mortinha de carinhos e ternura…
E numa endiabrada arremetida,
me enredas num abraço de clausura.
Ah, se essas horas loucas de ansiedade
pudessem ser a nossa eternidade!
José-Augusto de Carvalho
2 de Janeiro de 2014.
Viana * Évora * Portugal