O cemitério

Cemitério da minha desventura

Devoraste meus toscos ancestrais

No teu barro também estão meus pais

Transformados por certo em lama pura

A cada um caberá esta aventura

Pobretão, político e marginais

Neste campo todos são iguais

Ninguém rouba, nem briga nem tortura

Tua boca faminta e mercenária

Não respeita a família solitária

A devoras na vida quando quer

Nos escombros da tua lama tétrica

Os meus dedos vão escandir a métrica

Do último soneto que eu fizer

Poeta Agostinho
Enviado por Poeta Agostinho em 06/01/2014
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