O cemitério
Cemitério da minha desventura
Devoraste meus toscos ancestrais
No teu barro também estão meus pais
Transformados por certo em lama pura
A cada um caberá esta aventura
Pobretão, político e marginais
Neste campo todos são iguais
Ninguém rouba, nem briga nem tortura
Tua boca faminta e mercenária
Não respeita a família solitária
A devoras na vida quando quer
Nos escombros da tua lama tétrica
Os meus dedos vão escandir a métrica
Do último soneto que eu fizer