Um Certo Bilhete
Pois encontrei jogado ali num canto
Um bilhete perdido e escrito à mão
Repleto de pedido e apelação,
Todavia, bem escrito já nem tanto.
Não havia “contudo” e nem “entretanto”
E numa frase encontrei um palavrão.
O texto sem coerência e coesão
E por dez vezes usou-se o “portanto.”
Sem dúvida, ela quis ser pragmática
E eu perdoei os seus erros de gramática
Em virtude das frases declaradas...
Ela pediu-me perdão e sem rancor
Não pensei que houvesse tanto amor
Naquelas poucas linhas mal traçadas!