BIS

Ontem, a caminhar por essas ruas,

revi velhas estórias, tristes sinas,

que esta mente mais uma vez assina,

com as letras amargas, quais se puas

a ferirem meu peito sob as luas

daquelas esqueléticas esquinas!

Ontem, qual um cavalo, que sem crinas,

trotava livre pelas curvas: ruas

do teu corpo sem placas de pudor,

com tua porta aberta para o amor,

a me fazer deveras feliz!

Hoje, apenas um pangaré velhaco,

quase sem pelo, estapafúrdio e fraco,

implora ao tempo seu pedido de bis!

Miguel de Souza
Enviado por Miguel de Souza em 04/01/2014
Reeditado em 04/01/2014
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