Ciclo

Desliza suavemente a tranqüila nuvem

Assumindo-se multiforme em seu trajeto

Tenho um pouco de nuvem em mim, confesso

Que n'algum dia, eu fui água também

De evaporar e percorrer, dos homens, os campos

E condensar-me, vertendo-me em chuva boa

Fina ou abundante, não os molho à toa

Dou-lhes alento conforme o seu pranto

E de fazer e desfazer, refaço a vida

Num ciclo interminável de sentimentos

Escrevo e reescrevo... Perfaço a lida

De águas tranqüilas a céu cinzento

De estado bruto à beleza convertida

Forjo na matéria escrita, o melhor momento.

Geraldo Meireles
Enviado por Geraldo Meireles em 25/04/2007
Reeditado em 23/12/2010
Código do texto: T463460
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