Fantasma

Lembra que esqueceu e não esquece

De alguém que partiu deixando pegadas.

Que memória é essa que lembra o nada?

Por que resiste? Por que permanece?

De que se alimenta tal sentimento

Se abandonado foi à própria sorte?

Jogado ao abismo para acabar na morte:

Um fim natural, com menor sofrimento.

Mas é na escuridão e na quietude

Que abre-se a porta e sua mente se ilude

E no seu rosto esse rosto se plasma.

É ainda assombrado por sua existência

No avançar de cada noite toma ciência

Que toda madrugada é seu fantasma.

Gustavo Carnelós
Enviado por Gustavo Carnelós em 01/01/2014
Código do texto: T4632660
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