(apurando o ponto do doce em tacho de cobre à beira do fogão à lenha; histórias fluindo no alpendre largo; fogueira nova crepitando; lua, idem...)
Jamais confiei nos leites da tal lua
- essa desonesta infanta desmamada;
- sirigaita azeda, transparente e nua;
- dama bem talhada, qual murcha, qual nada!
Tampouco provei da natalua plena,
creme longeamargo, goiabado em breu...
Nem vaguei nas asas de dúbia falena:
pirilampa tonta, nem me escolheu!
Não, nunca luei nem mesmo um sonho azul...
Ou urdi roteiros com a sabichona
cuja fala engana mestres, lestes, sul...
(Que me sabe nunca, mas se sabe dona,
e, com tédio, espelha mon cœur - beau et foul.)
Mas a noite vem, e a gente se apaixona!...