APRISIONADO
Ó tempo que me levas para idoso,
Que já de novo viste quem eu era
E vês também que a cada primavera
Já caminho somente vagaroso.
As minhas pernas sentem o moroso
Passar dos anos, têm a rude esfera
Nas veias que meu sangue mantivera,
São as marcas do tempo rigoroso...
A alegria na vida dura pouco,
Quem dera que durasse eternamente,
Mas já de esperto me tornei um louco.
Um louco melancólico na mente,
Num estado de tempo acelerado,
Que dele já me sinto aprisionado.
Ângelo Augusto