Soneto do poeta deprimido
A dor que eu sinto agora,
Aqui no meu peito estanca.
Qual a dor da Florbella Espanca,
E vem ser ter dia nem hora.
É dor que arrasa e vigora,
Tem cores, exceto a branca.
E um pranto, em meus olhos , arranca,
É dor que não que ir embora.
A dor é cruel, persistente,
E eu fico no mundo em má sorte.
Abala qualquer ser vivente,
Deixando-o sem nenhum suporte.
E eu fico aqui, tão somente,
Querendo a presença da morte.