Amo!
Edir Pina de Barros
 
E como não amar a vida que palpita
no lindo beija-flor, na rosa esvanecida,
na lágrima que cai e rola sem guarida
ao fim do grande amor, princípio da desdita.
 
E como não amar o amor que nos habita,
o rubro por de sol, que caí atrás da ermida,
a borboleta azul que beija a margarida,
a argêntea lua que do céu nos olha, fita.
 
E a pequenina flor distante e só, perdida,
no lodaçal sem fim, porém demais catita,
e o pantanal enchendo, e se explodindo em vida.
 
Ainda que padeça e siga triste, aflita,
a mastigar a dor – que é minha eterna lida -
adoro e muito, sim, a vida, que é bendita.
 
Brasília, 27 de Dezembro de 2013.
Estilhaços, pg. 72
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 27/12/2013
Reeditado em 17/10/2020
Código do texto: T4627518
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