Amo-te, ó, vida 
Edir Pina de Barros

Amo-te, ó, vida, ainda que a tristeza,
amiúde me enlanguesça, abata o rosto,
e fique a ruminar algum desgosto,
perdida nos abismos da incerteza;

por vezes, sinto na alma tal fraqueza,
que torna, o meu viver, severo agosto,
e deixa, o meu sofrer, ao mundo exposto,
que perco a sensatez, a luz, nobreza.

Mas sempre encontro, em ti, beleza imensa,
que eu canto em meus sonetos, tão diversos,
mesmo que eu sinta dor, profunda e extensa.

A dor semeia, dentro os meus anversos,
poesia em tom maior – a recompensa – 
que torna o meu viver um mar de versos.
 
Brasília, 27 de Dezembro de 2013.

Estilhaços, pg. 115
Versos alados, pg. 11
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 27/12/2013
Reeditado em 10/08/2020
Código do texto: T4627323
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