A TERRA CONDENADA À MORTE

Da terra agreste sou somente humano,

Do pó que nada sou em uma estrela

Brilhante, em céu escuro só de vê-la

Ao longe, de alma e intento tão insano.

Em cada olhar e em cada novo ano,

Estou de velho em face mais singela

E em vida tenho o tempo alado a ela,

Do bem que quero só almejo o dano.

Da vida sou a terra sempre infértil,

Do escuro tenho a sombra mais terrível

Que o inferno sem haver terreno fértil...

A todo mal nos olhos tão visível,

Caminho em grande e louco e mero sonho,

Da terra sou a morte em mar medonho.

Ângelo Augusto

Ângelo Augusto
Enviado por Ângelo Augusto em 25/12/2013
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