A TERRA CONDENADA À MORTE
Da terra agreste sou somente humano,
Do pó que nada sou em uma estrela
Brilhante, em céu escuro só de vê-la
Ao longe, de alma e intento tão insano.
Em cada olhar e em cada novo ano,
Estou de velho em face mais singela
E em vida tenho o tempo alado a ela,
Do bem que quero só almejo o dano.
Da vida sou a terra sempre infértil,
Do escuro tenho a sombra mais terrível
Que o inferno sem haver terreno fértil...
A todo mal nos olhos tão visível,
Caminho em grande e louco e mero sonho,
Da terra sou a morte em mar medonho.
Ângelo Augusto