O espetáculo secreto
Os artistas amam como se nada esperassem
E expressam seu amor no ardor do momento,
Sem levar para diante isso, como se fossem
Fúteis, mas imortalizados como vampiros de sentimento...
Porém, a arte é a ambrosia dos deuses imortais
Que, com muita paciência, sorvem o sangue
Da platéia, sem deixar de serem amados como tais
E quais imortais pela arte que os sagre...
E as notas da canção dos demônios que pela fantasia
Espreitam, andando pela escuridão, como cobras,
Soam nos ouvidos das vítimas, como o beijo que sacia...
Mas, ao final do espetáculo, esperam que a cortina se abra
E dela saiam vampiros que, antes artistas, qual o poeta fazia,
Bebam do sangue da farça, mostrando a hipocrisia do que dobra...