Soneto
Tamarindo da minha travessura
Tu já foste um abrigo em meu terreiro
No teu galho comprido e tão linheiro
Eu brincava com tanta cobertura
Eu não esqueço da tua rama escura
Onde eu passava por certo o dia inteiro
No balanço do vento trapaceiro
Eu chorava com medo da altura
E quando um dia o vil machado bronco
Estremeceu as raízes do teu tronco
Tu gritaste dizendo: eu não morri
Voltando as plagas da minha mocidade
Sufocada na dor e na saudade
A minha alma há de ficar aqui.