Soneto

Tamarindo da minha travessura

Tu já foste um abrigo em meu terreiro

No teu galho comprido e tão linheiro

Eu brincava com tanta cobertura

Eu não esqueço da tua rama escura

Onde eu passava por certo o dia inteiro

No balanço do vento trapaceiro

Eu chorava com medo da altura

E quando um dia o vil machado bronco

Estremeceu as raízes do teu tronco

Tu gritaste dizendo: eu não morri

Voltando as plagas da minha mocidade

Sufocada na dor e na saudade

A minha alma há de ficar aqui.

Poeta Agostinho
Enviado por Poeta Agostinho em 23/12/2013
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