DE UM INFELIZ. 02.soneto-495.

Porque me maltratas com crueldade,

Pobre negro geme em dor a sua sorte,

Em vago olhar divisa a desigualdade,

Que tenta não temer perante a morte.

Chorar os filhos foge-lhe a realidade,

Açoites algozes ferem-lhe a costa nua,

Secam-lhe os ossos nefasta ansiedade,

Pranteia a clamar de volta a vida sua.

Longe da pátria escravo em desatino,

Podaram-lhe os sonhos cruel destino,

Tem por coberta o vento frio cortante.

Ao romper do dia teme do sol o ardor,

Preso ao tronco agourento opressor,

Vida arrasada em agonia incessante.

Cosme B Araújo.

23/12/2013.

CBPOESIAS
Enviado por CBPOESIAS em 23/12/2013
Código do texto: T4622569
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.