Tal Desejo
Já não posso controlar tal desejo
É como chama astuta que domina-me
clara, intensa, devastadora, infame
Que percorre-me as veias num lampejo
Seduz-me para o mais feroz ensejo
E cá os astros fazem o ditame
Transformando delírios em pelame
e sua voluptuosa voz em arpejo
Invade-me, toma-me a bel-prazer
Faz de mim um amontoado de ardor
e o instinto indômito vem me suster
Quem poderá de tal crime me absolver
Se tal paixão nutri a alma com fervor
E indagas com dolo todo seu arder?