PEDIDO
Venho neste soneto, qual se carta,
para fazer também o meu pedido;
embora, acho que não sou merecido,
p'la minha rabugice tanto farta!
Mas, qualquer malefício meu, descarta!
Pois, sou um homem dos menos atrevidos,
e, apenas, com o rosto revestido
de humildade, aqui venho nesta carta:
Pedir com todo amor e meu carinho,
ao sempre bom, querido velhinho,
que não esqueça a flor deste jardineiro!
Pois, quem cuida de tantas flores na lida,
não tem, sequer, a sua flor na vida,
p'ra construir seu jardim prazenteiro!