Alegres Campos, Verdes Arvoredos

"Alegres campos, verdes arvoredos,

Claras e frescas águas de cristal,

Que em vós os debuxais ao natural,

Discorrendo da altura dos rochedos;

Silvestres montes, ásperos penedos

Compostos de concerto desigual;

Sabei que, sem licença de meu mal,

Já não podeis fazer meus olhos ledos.

E pois já me não vedes como vistes,

Não me alegrem verduras deleitosas,

Nem águas que correndo alegres vêm.

Semearei em vós lembranças tristes,

Regar-vos-ei com lágrimas saudosas,

E nascerão saudades de meu bem". (Camões.)

Américo Paz
Enviado por Américo Paz em 21/12/2013
Código do texto: T4620105
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