Coração de Gelo
O coração no asfalto foi largado
à sombra do obelisco de concreto
fatigado pela vida e tristeza
de uma alma consumida em pobreza
Os metais são quem brilha no caminho
e os vidros nos reflete tão sozinhos
como uma imprestável vitrola
uma pobre ave presa na gaiola
Comemos nas mãos que acorrenta
que surge a noite e arrebenta
o trabalho de uma vida inteira
no precipício vive à beira
E a noite morrem de frio
seus corações de ser vazio