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MESMA ESTRADA [467]
 


Dos teus olhos distante, bem-amada,
já me custa viver nesta canseira,
pois comigo, sem ti, só por bobeira,
a minha alma desanda abobalhada.
 

Nós podíamos vir por mesma estrada
e jamais insistirmos na doideira
de seguirmos sozinhos, vida inteira,
dois destinos de noves fora nada.
 

E, sem trégua, meu imo te procura,
e à distância, sem fim, te acaricia,
para além dos quadrantes da loucura.
 

Por detalhes de simples geografia,
não se anulam os laços nem ternura
que plantamos com as mãos da poesia.
 

Fort., 20/12/2013.
Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 20/12/2013
Reeditado em 20/12/2013
Código do texto: T4619832
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