QUANDO EU JÁ NÃO MAIS EXISTIR...
Quando eu já não mais existir no mundo,
Do pó da sepultura minha seco
Tomará seu rebento em alto eco,
Talvez será a alma do profundo...
E toda a campa deste vagabundo
Ser, terá solidão eterna em beco
Do tempo como pobre ser marreco
E perdido no inferno tão imundo!
Mas já serei apenas pó e mais
Nada, e o vento terá uma impiedade
Sobre a terra em bramidos e sinais;
Que ousarão numa voz de tal verdade,
Nunca dizer a tal mentira em porte
De conduzir somente a vida à morte.
Ângelo Augusto.