QUANDO EU JÁ NÃO MAIS EXISTIR...

Quando eu já não mais existir no mundo,

Do pó da sepultura minha seco

Tomará seu rebento em alto eco,

Talvez será a alma do profundo...

E toda a campa deste vagabundo

Ser, terá solidão eterna em beco

Do tempo como pobre ser marreco

E perdido no inferno tão imundo!

Mas já serei apenas pó e mais

Nada, e o vento terá uma impiedade

Sobre a terra em bramidos e sinais;

Que ousarão numa voz de tal verdade,

Nunca dizer a tal mentira em porte

De conduzir somente a vida à morte.

Ângelo Augusto.

Ângelo Augusto
Enviado por Ângelo Augusto em 20/12/2013
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