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O LOBO DO HOMEM  [466]
 


Quem labuta não conta na contagem:
é coisa destinada ao descartável,
um prego não notado na engrenagem,
por isso, no trabalho vulnerável.
 

A fera disso tudo, deplorável,
engole ao que produz, e com voragem;
no ócio, se traveste de notável,
mesmo a coçar-se, em plena vadiagem.
 

Pois lobo revestido de cordeiro,
na lei da mais-valia mais se arrancha
o mesmo mandachuva do dinheiro.
 

E, dos lucros não pagos à labuta,
é que o lobo do homem enche a pança,
a forçar que o roubado vá-se à luta.
 

Fort., 19/12/2013.
 
Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 19/12/2013
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