PALAVRAS,  MEL, OU FEL?
 
SONETO.
 
Na brandura da palavra há carinho
Sem resistência se cede ao afago,
Em doçura se acalma redemoinho...
Na aquiescência se faz um agrado.
 
Na dureza do termo se incita a mágoa,
Ânimo doble ferve dando lugar a ira,
No efeito a palavra penetra qual garoa...
É paixão que fervilha há rumor de mentira.
 
Doçura destila dos lábios de quem ama,
E da mansidão faz da boca favos de mel,
Os beijos flamados o corpo em chama.
 
Assim no amor quando se clama
Na suavidade se cavalga um corcel...
Estrelas alados labaredas que nos inflama.