A seca

O vaqueiro se isola da morada

A bezerra faminta também berra

O gavião esvoaça sobre a serra

A procura da presa desejada

O caboclo abandona a tosca enxada

Sem recurso no lar despreza a terra

Com a fome ele trava intensa guerra

Distante do calor da terra amada

Quando seca o sertão vira poeira

O urubu toma conta da caveira

Duma vaca inanida sobre o chão

Rosna o vento na galha do arvoredo

Espantando o rústico passaredo

Que sobrevive a vil devastação

Poeta Agostinho
Enviado por Poeta Agostinho em 19/12/2013
Código do texto: T4618194
Classificação de conteúdo: seguro