A seca
O vaqueiro se isola da morada
A bezerra faminta também berra
O gavião esvoaça sobre a serra
A procura da presa desejada
O caboclo abandona a tosca enxada
Sem recurso no lar despreza a terra
Com a fome ele trava intensa guerra
Distante do calor da terra amada
Quando seca o sertão vira poeira
O urubu toma conta da caveira
Duma vaca inanida sobre o chão
Rosna o vento na galha do arvoredo
Espantando o rústico passaredo
Que sobrevive a vil devastação