ESPELHO MEU

Espelho meu que mostras o meu rosto

Cansado pelo tempo venenoso,

Nos anos de que eu era tão formoso

E agora só me resta o que não gosto.

Do que não gosto é a face deste imposto

Incutido na pele, e em silencioso

Passar atroz das marcas, o moroso

Tempo já sopra mais o meu desgosto...

Ó linda mocidade, outrora a tive

Deveras fascinante e sempre tida

Como o expoente máximo da vida!

E agora na memória assim cultive

Esta saudade que em meu peito habita,

Juventude que dentro de mim grita.

Ângelo Augusto

Ângelo Augusto
Enviado por Ângelo Augusto em 19/12/2013
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