MURAL DA MEMÓRIA

A mais potente arma que detenho
é conhecer o destino que me traçaram.
Vejo fotos, retraço o traço, redesenho
na memória, e rio do que fracassaram.

Festejo vitórias ao longo do caminho,
colho recompensas, extravio desejos.
E, numa tarde de domingo, sozinho,
prendo as fotos no mural com percevejos.

Ali, estampada, está a minha vida:
cada sonho detido num único instante;
a verdade ou a mentira escolhida.

Para todas tenho um história,
recontada como mero visitante
que reconstrói, livre, a memória.


 
Nelson Eduardo Klafke
Enviado por Nelson Eduardo Klafke em 18/12/2013
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