A INÚTIL FANTASIA

Ao que lembre da vida,
metade é fantasia.
A outra, saudade ou alegria.
Não vivi a vida indevida.

Fantasia vivi e ainda deliro
doçuras de infância, que, homem,
sonhos tive apenas os que somem
de súbito, num gesto, num suspiro.

A saudade ainda me acompanha
em noites de lua parceira.
A alegria há muito me estranha:

nela investi todos meus encantos,
querendo tê-la como companheira,
mas foi da fantasia que herdei prantos.

 
Nelson Eduardo Klafke
Enviado por Nelson Eduardo Klafke em 18/12/2013
Reeditado em 11/06/2014
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