CONTRASTE
 
Não sei quem és...  Até pensei , não nego,
Que foras meu poema nunca escrito!...
A Musa eterna que me foi predito,

Por este dom que, sem querer, carrego!...
 
Hoje  não sei se te amo ou renego,
Pois  sendo, ás vezes , anjo do infinito
E n!outras tantas,   rocha de granito,
Confesso que o contraste me faz cego!...
 
És na verdade estranha criatura:
Trazes contigo cheiro de amargura
E perfume de eterna primavera !
 
Num só tempo és rigor e suavidade!...
Por isso não sei se és realidade,
Ou sombra que habita noutra esfera!
 


 Imagem: Google
Som: Sombras (A.Lara
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Nelson de Medeiros
Enviado por Nelson de Medeiros em 15/12/2013
Reeditado em 06/08/2019
Código do texto: T4612594
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