Adeus às borboletas

Adeus às borboletas

Jorge Linhaça

Adeus hoje eu dou às mil borboletas

Sigo adiante em busca de paz

Tiro dos dentes as minhas jaquetas

Tchau borboletas, até nunca mais!

Tchau sepultura, sepulcro caiado,

Adeus promessas de nunca cumpridas

Hoje eu renasço mesmo estropiado

Fora abutres, que comem a vida!

Hoje a certeza é de que não existo

Sou móvel velho sem mais serventia

Pra quem sabe ler, rabisco é Francisco.

Já não suporto ouvir tanta ironia

Sigo adiante e encaro o risco

Parto em busca da minha alegria

Salvador, 10 de dezembro de 2013