POETA PERFEITO 


Não existe a saciedade naquele que escreve,
Por conta de coisa fácil para entender :
É que tudo que se impõe na letra, se atreve,
E o que transparece é a chave; que é o pretender.

Palavras todas vão intentar tudo o que devem,
Na vontade pura, que é da vida apreender
Sentidos, sentimentos, sons, tudo que serve
Para qualificar a arma, que ao defender

Flecha e verbo, zunem argumento e emoção...
A arquitetura, a eloqüência nua, em pêlo e exposta,
Fazendo ver que o próprio corpo é a proteção...

E o verbo que é escudo e bésta, soma em proposta
A mira certeira, e o discurso, preso à mão,
Pensado, esquadrinhado, é o apronto da resposta... 


(pêlo e bésta acentuadas difrencialmente)
José Carlos De Gonzalez
Enviado por José Carlos De Gonzalez em 23/04/2007
Código do texto: T460677
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