NO RUMO NORTE
Quanta saudade eu sinto do ziziar
Do gorjeio das aves, um absurdo,
Da alvorada e algazarra, a voz o zurro,
No terreiro o zunir, o despertar.
De a floresta escutar o sibilar
No alto da copada o bacurau
Horripilantes zunem entre paus
O vento açoita pra lá e pra cá.
Cai à tarde fogueira à noite inteira
No terreiro da tenda ela se expunha
E rodopiava ao som de dois pandeiros.
Garimpeira teu olhar me acabrunhava
Alcunha que outrora eu sonhara
Saudades de eu e tu, carne e unha.