OS SONHOS NUNCA MORREM
OS SONHOS NUNCA MORREM
Silva Filho
Vi quando meus sonhos - enlouquecidos
Saltaram abruptamente na imensa cachoeira
Pedindo tão-somente pra que fossem esquecidos
Pois retorno não teriam naquela cordilheira.
Por pouco não me lanço sobre aquelas pedras
No fundo indistinto dum abismo fascinante
A água cristalina enfrentando novas quedas
Induzia o sonhador ao terrível desplante.
Contido prontamente pela força de minh’alma
Pasmado me mantive, ensaiando muita calma
Olhando lá no fundo os meus sonhos mutilados.
Inopinadamente uma voz me vem chegando
- Por tudo que ocorreu jamais fique lamentando
“Os sonhos nunca morrem - são apenas renovados”.