O Poço do tempo
O Poço do tempo
Jorge Linhaça
Lancei as memórias no poço do tempo
Mescladas ficaram nas águas da vida
Dores, alegrias, sorrisos, tormentos,
Mais mil sentimentos na alma incontida
Lancei as memórias no túnel do vento
Voaram, lutaram pra ser entendidas
Qual almas penadas gritando ao relento
Mas se misturaram ao inverso de Midas
Memórias perdidas, já tão transmutadas
Diluídas nas ondas incessantes do mar
Numa milanesa de grãos de areia
Memórias queridas, no tempo pinçadas,
Singrando a noite em raios de luar
Qual último canto de uma sereia.
Salvador, 6 de dezembro de 2012