A fúria da dor
 
Em vez da voz suave teu silêncio
Não mais aconchego em teus braços
Não mais a presença onde teus laços
me encantavam entre mimos castos.
 
Me vi assim mergulhado num abismo
Num fugidio cismar taciturno e cruel
Na tua falta o sabor de absinto e fel
No qual ainda lembro quando cismo.
 
Mas ao abrir o peito lágrimas enxágue
Rolaram pela minha face como sangue
Trazendo a guerra furiosa desta dor
 
A porta aberta a alma em ânsia aguarda
última esperança em que a fé não tarda
Juntar os restos sagrados deste amor.