JANELA PARA O MUNDO
Abro minha janela e olho o céu.
Algumas nuvens vejo a passear
que formam figuras e seguem ao léu
apressadas, correndo, querendo chegar.
Aí me detenho lá distante
onde a visão quase não alcança
e vejo pássaros em dança
urubús, num balé rodopiante.
Lembro-me então da seca forte
que existe longe, noutro rincão
festa para uns, para outros morte
Pudera fazer a chuva lá chegar
acabar com a angústia daquele sertão
com a água preciosa, a todos poder regar!