Soneto II
Fome! Ânsia que a todos aflige
Pois, em todos estômagos remexe
Nada tão ruim que nos avexe
Porém, paciência nos exige.
Amor! Há sempre alguma loucura no amor!
Razão não lhe faltam pra isso
Basta o ciúme acontecer; pra acabar o feitiço
E deixar a cabeça do parceiro, aquele torpor.
Ambos, ao homem lhes caem bem
As pessoas gozam demais; é um trem...!
Porém, muitas vezes, são muitos os atropelos.
Representam o ardor das vísceras
Animando o ser humano
No seu viver tão desumano.